Natal: peru, a ave que não pode faltar

Outro dos pratos que não dispensa a sua presença na mesa de Natal dos portugueses é o peru assado no forno.

Se é verdade que se trata de uma carne branca, cuja harmonização não será difícil de alcançar, o desafio está em escolher o vinho certo para conjugar com a confecção desta ave no Natal cujo tempero pode incluir ingredientes tão diversos como alho, pimenta, louro, colorau, margarina, limão, laranja, aguardente, entre outros.

O peru é uma carne bastante apreciada por conter pouca gordura e o seu tempero com citrinos como o limão e/ou a laranja pede um vinho com alguma acidez para harmonizar, recaindo normalmente a escolha sobre um tinto de estrutura média, embora um branco com alguma complexidade resulte num match perfeito.

Em suma, o peru pode combinar com um leque alargado de vinhos, mas a confecção mais complexa no Natal pede alguma cautela na hora de escolher o néctar certo. Boas harmonizações!

Natal: a norte quem manda é o polvo

Nas regiões do Minho e de Trás-os-Montes o polvo cozido é rei e senhor à mesa das famílias no Natal, servido habitualmente com ovo, batata e couve portuguesa.

Na hora de escolher o vinho ideal para acompanhar o polvo cozido não existe um consenso, pois tanto tintos como brancos e até rosés poderão ser óptimas escolhas, dependendo do perfil, claro. À semelhança do bacalhau (e de outros pratos), em que o sabor salgado é sempre um desafio para equilibrar, a escolha deve recair sobre um vinho de média estrutura, acidez generosa e frescura.

Poderá experimentar um tinto com base em castas como Trincadeira, Baga ou Sousão; um branco estruturado onde marquem presença Arinto ou Rabigato; e mesmo um rosé com complexidade poderá proporcionar uma harmonia fantástica com o polvo.

Não deixe de ver as nossas sugestões para acompanhar o seu polvo neste Natal.

Natal: na Bairrada o leitão pede bolhinhas

Aqui, na nossa região, o leitão assado em forno de lenha é o incontestável rei à mesa no Natal e se for acompanhado de um espumante bairradino, então dá-se o casamento perfeito.

O leitão é alimentado apenas com leite materno, originando uma carne de sabor delicado e adocicado, mas a sua confecção à base de ingredientes como alho, sal, pimenta, salsa, toucinho ou louro, vai resultar numa iguaria condimentada e intensa. No momento em que é servido, é necessário considerar a tenrura do leitão e a pouca gordura que idealmente deve possuir para escolher o vinho mais conveniente.

A maioria dos fãs deste prato prefere acompanhá-lo com um espumante bairradino, embora vinhos tintos assentes em castas de elevada acidez, como a Baga, sejam óptimas escolhas para equilibrar com a estrutura do leitão à Bairrada.

Como habitual, deixamos algumas sugestões de néctares que serão a companhia ideal para esta iguaria.

Natal: nem só na Páscoa se serve cabrito

O cabrito assado no forno é um dos típicos pratos servidos na Páscoa mas já reparou que na quadra natalícia é igualmente uma das iguarias mais populares?

Em regiões como o Douro, Beiras ou Ribatejo, o cabrito assado é um dos pratos que fazem parte da ementa do almoço de Natal.

O cabrito é uma carne que, habitualmente, apresenta alguma gordura devendo ser harmonizado com tintos estruturados, com taninos firmes e acidez elevada. Embora não seja de todo consensual, a escolha de um branco vigoroso e complexo poderá resultar numa combinação surpreendente.

Desfrute das nossas opções para acompanhar o cabrito assado do seu almoço de Natal.

Natal: harmonizar com o tradicional bacalhau

O “fiel amigo” bacalhau tem um lugar de destaque à mesa dos portugueses e sabemos que há mil e uma formas de o confeccionar sempre com o mesmo resultado: delicioso.

No Natal, em boa parte do país, é obrigatório servir na noite de Consoada o tradicional bacalhau com couves e batatas cozidas e devidamente regado com azeite.

Na hora de harmonizar o bacalhau pensamos imediatamente num vinho branco, mas não tem de ser necessariamente assim, pois vinhos tintos leves são uma excelente opção.

Considerando que os pratos salgados são capazes de alterar os sabores dos restantes elementos que acompanham a refeição, como é o caso do vinho, é aconselhável escolher vinhos com alguma acidez para alcançar a desejada harmonia de sabores.

Deixamos algumas sugestões de vinhos para acompanhar o bacalhau da sua Ceia de Natal. Boas Festas!

Holofotes no produtor: Quinta dos Termos

A Quinta dos Termos é um dos incontornáveis nomes na produção de vinhos na região da Beira Interior. Fomos conhecer os cantos à casa deste nosso parceiro.

Localizada no concelho de Belmonte, a Quinta dos Termos é um dos mais reputados e dinâmicos produtores da Beira Interior. Mais recentemente, expandiu-se para o concelho de Castelo Branco onde cria vinhos na Herdade do Lousial (32ha de vinhas), tendo ainda alargado a sua presença para a região do Douro com a produção de vinhos na Quinta do Pocinho (22ha de vinhas), em Vila Nova de Foz Côa.

A Quinta dos Termos é um projecto de origem familiar fundado em 1945 e que reúne actualmente 60 hectares de vinhas. A gestão da vinha é feita de acordo com princípios de sustentabilidade e de viticultura de precisão, onde cada parcela é trabalhada de forma singular, por forma a conseguir maximizar, de forma natural, todo o seu potencial.

Na Quinta dos Termos, cada casta é vinificada em separado, com excepção das vinhas velhas, recorrendo a técnicas de enologia pouco interventivas, que permitam exprimir o sentido de lugar. Nas variedades tintas, é possível encontrar Rufete, Trincadeira, Touriga Nacional, Alfrocheiro, Baga, Syrah, Sangiovese, entre outras. Já nas brancas estão plantadas Fonte Cal, Síria, Arinto ou Riesling.

Holofotes no produtor: Quinta do Poldrado

Situada na freguesia de Anelhe, concelho de Chaves, a Quinta do Poldrado é uma das mais antigas quintas de toda a região de Trás-os-Montes com uma idade superior a 200 anos.

Visitámos a Quinta do Poldrado numa agradável tarde de Abril onde pudemos comprovar que a encosta de Anelhe possui vinhas centenárias que dão origem a vinhos de reconhecida qualidade. Esta propriedade terá sido, em tempos, uma das maiores da região na produção de vinho como comprovam os seus enormes lagares de granito e as suas condutas que serviam para a trasfega do vinho entre os lagares e os toneis.

A cultura do vinho na região de Trás-os-Montes é milenar, estimando-se que se produza vinho nesta região há mais de 2.000 anos, sendo prova disso os lagares cavados em rochas existentes em diversos locais da região transmontana, comprovando assim toda a sua antiguidade que remonta ao tempo dos romanos.

A história da Quinta do Poldrado diz-nos que pertenceu a altos nobres da região com ligações à Casa Real, donos também de emblemáticos solares espalhados por várias localidades como o Solar da Boaventura e a Casa do Arco, em Carrazedo, ou Casa do Cerrado, em Montalegre, entre outras quintas.

O nome da propriedade vem da existência de um Poldrado (ponte pedonal artesanal) numa das extremidades da quinta que servia de passagem sobre o rio Tâmega entre as freguesias de Anelhe e Vidago, sendo que esta teria sido a primeira ponte no local e de enorme importância para as gentes locais.

Nas vinhas da Quinta do Poldrado é possível encontrar castas como Touriga Nacional, Bastardo, Syrah, Malvasia Fina, Viosinho, Arinto, Fernão Pires e parcelas centenárias em field blend.

Os vinhos da Quinta do Poldrado aliam a tradição à inovação, sendo feitos de forma tradicional com pisa a pé nos centenários lagares de granito aliando toda a tradição aos mais altos parâmetros de qualidade da enologia possibilitando assim a elaboração de excelentes vinhos.

Holofotes no produtor: Filipe Palhoça Vinhos

Começou há mais de 70 anos a história de uma empresa que faz jus ao seu slogan “apaixonados pela vinha”. Mas a história da Filipe Palhoça Vinhos não é apenas a história de uma empresa, é a história de uma família que soube passar, geração após geração, este amor umbilical.

Tudo começou em 1950, quando Filipe Jorge Palhoça fundou esta empresa familiar, na zona de Palmela, com origem numa pequena adega pertencente a seu pai, João Loureiro Palhoça.

Desde tenra idade apaixonado pela viticultura, Filipe Palhoça conseguiu, com trabalho e dedicação, adquirir várias propriedades e esteve, ao longo de décadas, orientado para a venda à porta da adega.

A qualidade dos vinhos conquistou o coração de clientes fiéis tornando-o num dos mais respeitados produtores da região. Em 1984, foi construída a moderna adega na Quinta da Invejosa onde, em meados da década de 1990, a família iniciou o engarrafamento de vinho com marca própria.

Hoje, a Filipe Palhoça Vinhos possui 112 hectares de vinhas que se estendem pelas planícies arenosas da região repartidas por 11 propriedades situadas em Poceirão, Fernando Pó e Marateca. Falando das castas plantadas, não faltam, claro, as típicas da região como a Castelão, Fernão Pires Moscatel Graúdo ou Moscatel Roxo.

Recentemente, construiu uma nova adega na Quinta da Invejosa, tem apostado forte na vertente de enoturismo e possui um portfólio com mais de duas dezenas de referências entre vinhos tranquilos, moscatéis, espumantes, aguardentes e os sempre práticos bag-in-box. Mas durante o ano de 2022 haverá novos lançamentos.

A título de curiosidade, o nome Quinta da Invejosa não surgiu por acaso. Durante anos, a quinta esteve esquecida, mas quando o sogro de Filipe Palhoça viu o seu potencial, logo surgiram interessados em comprá-la. Mas por aquelas bandas a palavra falou mais alto e a quinta foi para a família que a baptizou pela cobiça que despertou.

Falar de castas: Encruzado

A casa da Encruzado é o Dão, onde dá origem a alguns dos melhores brancos da região e, sejamos justos, até do país.

É uma casta produtiva, com boa capacidade para resistir ao stress hídrico, pouco propensa a doenças e é perfeita para criar monovarietais ou para entrar em belíssimos blends do Dão.

Quando bem trabalhada na vinha e adega, a Encruzado revela aromas delicados a rosas e violetas, leves notas citrinas, um pouco de resina e, em determinadas condições, notas minerais intensas.

Consegue manter um equilíbrio quase perfeito entre açúcar e acidez, proporcionando vinhos sérios, estruturados e com elevada capacidade de guarda.

É, sem qualquer dúvida, uma das grandes castas brancas nacionais. Conheça abaixo algumas sugestões de vinhos elaborados com a Encruzado.